EBOLA: O QUE PRECISAMOS SABER?
Introdução:

A doença pelo vírus Ebola (DVE) é uma afecção viral aguda, clinicamente caracterizada como uma febre hemorrágica, cuja letalidade pode variar de 25% até 90%. Por isso, os surtos produzidos pelo vírus Ebola são graves, ainda que, geralmente, autolimitados.

A origem do vírus ainda não está totalmente esclarecida. Acredita-se que morcegos possam abrigar o vírus em seu trato intestinal sendo, provavelmente, seu reservatório. O homem, por sua vez, se infecta ao manipular e consumir um animal infectado pelo vírus.

Período de Incubação da Doença (PI):

O intervalo de tempo entre o momento da infecção – quando o vírus penetra no indivíduo – até o momento do aparecimento dos primeiros sintomas da DVE é, em média, de 8 a 10 dias, podendo variar de 2 a 21 dias.

Período de Transmissibilidade:

A transmissão inicia-se com o aparecimento dos primeiros sintomas, sendo mais baixa, na fase inicial da doença e ocorrendo um aumento na fase final. Durante o PI não ocorre a transmissão do vírus.

Sinais e Sintomas

Uma vez que a doença é detectada, sua evolução é rápida. Inicialmente o quadro pode ser semelhante aos de outros tipos comuns de infecção, incluindo febre abrupta, cefaléia, fraqueza, mialgia, tosse, conjuntivite, vômitos e diarréia. Com a evolução aparecem outros sintomas como fotofobia, sonolência e delírios. Mais adiante, aparecem os fenômenos hemorrágicos, primeiramente como melena e hematêmese, seguidos pela coagulação intravascular disseminada (CIVD) e consequentemente hemorragia de mucosas e pele. Seguem-se lesões hepáticas e o paciente entra em choque evoluindo para o óbito em até 10 dias após o início dos sintomas.


Modo de Transmissão
  • Do animal para o homem: Por meio do contato direto com sangue, órgãos ou fluidos corporais de animais infectados, ou, ainda quando o homem consome esses animais;

  • Do homem para o homem: A transmissão de uma pessoa para outra também exige o contato direto com sangue, fluidos corporais, tecidos ou órgãos de pessoas infectadas ou contato com objetos contaminados, como agulhas de injeção e lençóis utilizados pelos doentes.

Fora do organismo, o virus Ebola pode sobreviver por várias horas, em superfícies secas como maçanetas e bancadas. No entanto, nos fluidos corporais, pode sobreviver por vários dias à temperatura ambiente. Porém, ele é morto com desinfetantes hospitalares, tais como água sanitária.

É importante lembrar que também pode ocorrer a transmissão post-mortem. Porém, não existe transmissão sem o contato direto, ou por meio de vetores, assim como não há relatos de transmissão por aerossóis.

Definições de casos e de contato:

Caso suspeito: Indivíduo procedente, nos últimos 21 dias, de país com transmissão disseminada ou intensa de Ebola* que apresente febre, podendo ser acompanhada de diarreia, vômitos ou sinais de hemorragia, como: diarreia sanguinolenta, gengivorragia, enterorragia, hemorragias internas, sinais purpúricos e hematúria. Serão considerados também suspeitos os indivíduos que relatem contato com pessoa com suspeita ou com diagnóstico confirmatório para DVE que apresentaram os sinais e sintomas citados acima.

*Libéria, Guiné e Serra Leoa.

Caso provável: Caso suspeito com histórico de contato com pessoa doente, participação em funerais ou rituais fúnebres de pessoas com suspeita da doença ou contato com animais doentes ou mortos.

Caso confirmado: Caso suspeito com resultado laboratorial para Reação de Polimerase em Cadeia (PCR) conclusivo para DVE realizado em laboratório de referência.

Caso descartado: Caso suspeito com dois resultados laboratoriais para Reação de Polimerase em Cadeia (PCR) negativos para DVE realizados em Laboratório de Referência definido pelo Ministério da Saúde, com intervalo mínimo de 48 horas entre as duas colheitas.

Contato ou Comunicante: Indivíduos que tiveram contato direto ou indireto com caso suspeito/provável/confirmado (vivo ou morto) de DVE. CONTATO DIRETO significa contato com fluidos ou secreções corporais do caso. Por CONTATO INDIRETO entende-se que as pessoas frequentaram o mesmo ambiente e TOCARAM objetos ou superfícies compartilhadas com o caso, porém sem comprovação de exposição aos fluidos deste.

REFERÊNCIA: VIGILÂNCIA DA DOENÇA PELO VÍRUS EBOLA (DVE) /Informe técnico, 2014.

Elaboração: Central CIEVS-SP Divisão de Infecção Hospitalar.