Faculdade de Medicina de Marília: Disciplina de Embriologia Humana

 
   
 
 
 
 

Sistema Cardiovascular

O sistema cardiovascular é o primeiro a funcionar no embrião, principalmente devido à necessidade de um método eficiente de captação de oxigênio e nutrientes.

É originado do mesoderma esplâncnico, para-axial e lateral bem como das células da crista neural da região entre as vesículas óticas (Figura 1). A primeira indicação morfológica da futura região cardíaca é a cavidade pericárdica, em forma de ferradura (também chamada de meia-lua cardíaca), que se desenvolve ventralmente ao intestino anterior e à placa precordal.

Os cordões angioblásticos, localizados no mesoderma cardiogênico, na 3ª semana de desenvolvimento se canalizam para formar os tubos cardíacos, os quais se fundem no final da 3ª semana para formar o coração tubular primitivo (Figura 2, 4 e 5). Se a fusão das duas estruturas falhar, duas estruturas semelhantes a um tubo se formam ao invés de uma, levando ao coração bífido. O coração começa a bater entre o 22º e 23º dia e o fluxo de sangue começa na 4ª semana do desenvolvimento sendo visto através da ultra-sonografia Doppler (Figura 3).


Bibliografia Consultada:

Schoenwolf GC, Bleyl SB, Brauer PR, Francis-West PH. Larsen embriologia humana. 4a ed. Rio de Janeiro (RJ): Elsevier; 2009.

Moore KL, Persaud TVN. Embriologia clínica. 8a ed. Rio de Janeiro (RJ): Elsevier; 2008.

Moore KL, Persaud TVN. The developing human: clinically oriented embryology. 7th ed. Philadelphia: WB Saunders; 2003.

Sadler TW. Langman embriologia médica. 9a ed. Rio de Janeiro (RJ): Guanabara Koogan; 2005.

Cochard LD. Atlas de embriologia humana de Netter. Porto Alegre (RS): Artmed; 2003.

Rohen JW, Lutjen-Drecoll E. Embriologia funcional: o desenvolvimento dos sistemas funcionais do organismo humano. 2a ed. Rio de Janeiro (RJ): Guanabara Koogan; 2005.

 
 

Figura 1 – Origem do sistema cardiovascular

Fonte: Moore & Persaud (2003)

Figura 2 – Desenvolvimento do coração durante a 4ª semana (fusão tubos endocárdicos)

Fonte: Moore et al. (2002).

Figura 3 – Ultra-sonografia Doppler.

Fonte: Moore & Persaud (2003)

Figura 4 – Dobramento lateral do embrião e fusão dos tubos endocárdicos.

Fonte: Moore & Persaud (2003)

Figura 5 – Formação do tubo cardíaco. A. O tubo cardíaco (setas) tem a forma de ferradura na cavidade pericárdica, abaixo das pregas neurais (estrelas). B. A parte da ferradura em forma de crescente lunar se expande e forma as regiões ventricular e do trato de saída, enquanto as pregas laterais unem os pólos caudais. C. Início da fusão das regiões caudais. D. Fusão completa. Asterisco, cavidade pericárdica; seta grande, entrada do intestino anterior.

Fonte: Sadler (2005).