Faculdade de Medicina de Marília: Disciplina de Embriologia Humana

 
   
 
 
 
 

Formação da Bexiga Urinária

A cloaca é o local comum onde se desemboca o sistema urinário e o sistema digestivo. O septo urorretal divide a cloaca em: seio urogenital, ventralmente; e intestino posterior, dorsalmente.

O Seio urogenital (Figura 1) constitui-se de três partes:

Parte vesical cranial (Figura 1): dá origem a maior parte da bexiga urinária.                                            

Parte pélvica mediana (Figura 1): deriva toda a uretra nas mulheres  e a parte prostática e membranosa da uretra nos homens

Parte fálica caudal (Figura 1): cresce em direção ao tubérculo genital, primórdio do pênis ou clitóris.

Inicialmente, a bexiga urinária é contínua com o Alantóide, que depois sofre constrição, formando o Úraco, que corresponderá ao ligamento umbilical mediano no adulto.

Se a luz do alantóide persistir, uma fístula uracal (Figura 2) pode ocasionar a drenagem de urina pelo umbigo.

Figura 2 – Esquema ilustrativo da fístula uracal.

Fonte: Sadler (2005).

O epitélio da bexiga é de origem endodérmica da parte vesical do seio urogenital. As outras camadas de sua parede são derivadas do Mesoderma Esplâncnico adjacente.

A bexiga urinária se localiza no abdome até os seis anos de idade (Figura 3), quando então entra na pelve maior, mas só penetra na pelve menor após a puberdade, virando-se um órgão pélvico.

Anomalia

A Extrofia da Bexiga (Figura 4) ocorre devido a um defeito na parede ventral do corpo, causando a exposição da mucosa vesical. Sempre acompanhada de epispádia (óstio uretral no dorso do pênis), com o trato urinário aberto na bexiga até o umbigo. Pode ser causada pela não migração do mesoderma entre o umbigo e o tubérculo genital, com ruptura da camada endodérmica.

Figura 4 – Esquema ilustrativo de extrofia de bexiga

Fonte: Moore & Persaud (2003).

 

Bibliografia Consultada:

Schoenwolf GC, Bleyl SB, Brauer PR, Francis-West PH. Larsen embriologia humana. 4a ed. Rio de Janeiro (RJ): Elsevier; 2009.

Moore KL, Persaud TVN. Embriologia clínica. 8a ed. Rio de Janeiro (RJ): Elsevier; 2008.

Moore KL, Persaud TVN. The developing human: clinically oriented embryology. 7th ed. Philadelphia: WB Saunders; 2003.

O’Rahilly R, Müller F. Embriologia & teratologia humanas. 3a ed. Rio de Janeiro (RJ): Guanabara Koogan; 2005.

Sadler TW. Langman embriologia médica. 9a ed. Rio de Janeiro (RJ): Guanabara Koogan; 2005.

Rohen JW, Lütjen-Drecoll E. Embriologia funcional: o desenvolvimento dos sistemas funcionais do organismo humano. 2a ed. Rio de Janeiro (RJ): Guanabara Koogan; 2005.

 

 

 
 

Figura 1 – Esquema ilustrativo demonstrando mostrando a divisão da cloaca em seio urogenital e reto.

Fonte: Moore & Persaud (2003)

Figura 3 – Esquema ilustrativo da parede abdominal dorsal de um embrião de cerca de 52 dias. A diferenciação sexual ainda não é reconhecível

Fonte: Rohen; Lütjen-Drecoll (2005)